Este espaço é dedicado à divulgação de pesquisas que estão sendo realizadas, ou que já foram concluídas, cuja temática está direta ou indiretamente ligada ao pensamento de Jean-Paul Sartre. Nossa intenção é dar conhecimento dos trabalhos que vêm sendo realizados no Brasil e criar a possibilidade de trocas entre estes pesquisadores e demais interessados no existencialismo sartreano.
Se você estiver desenvolvendo, junto a uma Instituição - pós-graduação ou graduação, uma pesquisa em que o pensamento de Sartre esteja incluído, entre em contato conosco para divulgar seu trabalho nesta página.
Título: Mal de viver na Literatura da modernidade: angústia, melancolia, saudade. Dos “estranhamentos emocionais” às “doenças” na perspectiva fenomenológica existencialista.
Autor: Ariane P. Ewald
Resumo: A proposta deste projeto é compreender fenomenologicamente, através da produção literária de alguns escritores e não essencialmente através do discurso científico ou filosófico, o que nomeio de “estranhamentos emocionais” na modernidade, modernidade que tomo aqui como um projeto ainda em curso, cujos desdobramentos na subjetividade estão relacionados à incerteza, fragmentação de si, vazio, inquietude e angústia existencial. O horizonte conceitual das análises que serão realizadas, é assentado principalmente no existencialismo moderno, cujo representante fundamental é Jean-Paul Sartre. Parto do pressuposto de que a literatura não é uma fonte “a mais” para compreender os “sintomas” de uma época – que tomo aqui como os sistemas de idéias, estilos de vida e imagens dos homens de um dado tempo – mas uma fonte que pode dar “algo mais”, expandindo os limites do dizível no discurso das ciências. Atentos e imersos no tempo dos seus personagens os escritores e poetas conseguem uma “sintonia fina” com seu tempo. Estes personagens se movem e exprimem modos de pensar, sentir, agir e sobretudo de representar o mundo. Partindo portanto do pressuposto de que os escritores e poetas de uma dada época dão voz à lógica do seu tempo, selecionei como representativos da modernidade os escritores Sartre e Camus, Fernando Pessoa e Mario de Sá Carneiro, Machado de Assis e Carlos Drumond de Andrade. De cada um deles fiz um recorte na sua produção literária das obras que considerei mais pertinentes com o tema. A partir deste recorte proponho discutir a “passagem/transformação” do que chamo de “estranhamentos emocionais”, algo compreendido como um “sentimento/emoção/inquietação”, na direção do enclausuramento conceitual como “doença”, cujo sentido tentou ser explicado/apreendido pelos discursos médicos/psiquiátricos e psicológicos ao longo dos últimos três séculos especialmente. Tomarei como base para esta discussão os conceitos de angústia, melancolia e saudade, exatamente por serem recorrentes na produção literária destes autores e também por já terem sido fonte de estudo dos discursos acadêmicos/científicos, evitando circunscrevê-los numa discussão semiológica, nosológica ou mesmo terapêutica. Para isto, e pelo fato de estar envolvida no campo teórico das discussões entre subjetividade e cultura, considerei que o melhor caminho para a realização desta pesquisa seria tomar como ponto de apoio crucial desta investigação a expressão literária destes conceitos, considerando que a literatura não é somente uma pergunta sobre o que é a “verdade”, sobre o que é fato e o que é ficção, mas principalmente sobre que tipo de pessoas existem no mundo, quem elas são, como é o seu mundo, quais são seus valores e como eles lidam com seus próprios problemas. Tomo então a produção literária destes autores como testemunhas dos sinais do seu tempo. Através deles tentarei compreender o que denomino de “estranhamentos emocionais”.
Contato: arianeuerj@yahoo.com.br
Lattes: http://lattes.cnpq.br/4768356480631308
Título: Psicologia Fenomenológica Existencialista: discutindo subjetividade e cultura.
Autor: Ariane P. Ewald
Objetivo: Estudar a relação entre o pensamento de Jean-Paul Sartre e as questões sociais no âmbito da Psicologia, da Sociologia e da Literatura, apontando na direção de um pensamento psicossociológico.
Resumo: Desde o fim da Segunda Guerra Mundial, o mundo vive uma intensificação jamais vista do tripé que sempre caracterizou a modernidade: o mercado, o indivíduo e a escalada técnico-científica. E nas três últimas décadas o processo de globalização acelerou sua capacidade de expansão utilizando-se de novas e eficientes tecnologias de comunicação a serviço da lógica de uma modernidade tardia hoje na sua feição hipermoderna, termo que define a situação paradoxal da sociedade contemporânea dividida de forma esquizóide entre a cultura do excesso e a exigência de moderação. As relações interpessoais e sociais significativas e qualitativamente relevantes são substituídas pelo tempo dinheiro, tempo deslocamento, tempo das compras e pelos outros tempos da atualidade cujo cenário são as novas megalópoles hipermodernas. Nelas, novos espaços de sociabilidade e convivencialidade são re-configurados dentro desta nossa modalidade de cenário social em permanente mutação onde os atos mais comezinhos, como o de alimentar-se, por exemplo, são ajustados a serviço deste novo mundo. Por outro lado, faz-se um apelo veemente à saúde, à prevenção, ao ascetismo e contenção de si e de seus desejos materiais, colocando em relevo a importância do reino de uma “espiritualidade perdida” a ser resgatada. Mergulhado na angústia da contradição, mas impelido a construir o sentido de sua existência, olha o mundo com a lógica da urgência intolerante às frustrações e sentir o constante temor de sucumbir pelo “excesso de inexistência”. Tendo como pano de fundo estas questões, cotidianamente experenciadas nessa nossa hipermodernidade, esta pesquisa visa dar continuidade à discussão da relação entre Subjetividade e Cultura tendo como ponto de apoio teórico a Filosofia da Existência e a Fenomenologia, buscando compreensão desta relação a partir de focos da vivência cotidiana. Desta forma, corpo, espaço, tecnologia, meios de comunicação, literatura, shopping center, consumo, etc., se tornam instrumentos para esta discussão. Se nossa subjetividade é atravessada por valores que podem se transformar permanentemente, o espaço, como relação constituída nesta tensão sujeito-objeto, também se caracteriza desta mesma maneira, deixando "rugosidades" neste percurso, sinais que o tempo demarca de forma permanente. O espaço, como a subjetividade, é também reciprocidade que se converte em sociabilidade e o olhar que o delimita e concentra a escolha, é a relação sujeito-objeto atravessada por um projeto existencial que dali emerge. Na nossa hipermodernidade, ao delimitarmos os espaços como lugares "assignificantes", rígidos, condicionados ou pressionados exteriormente, vagos e indiferenciados, geramos modos de relação e de sociabilidade pré-determinados que nos empurram para um certo estilo de vida e para um certo modo de ser que se manifesta nesta nossa totalização-em-curso, que é nossa subjetividade. A sociedade de consumo é exemplo desta forma de gerenciar a vida, de pensar o espaço e a subjetividade como constructos isolados, mas que viabilizam a manutenção de uma relação comercial com ambos: comprar/adquirir um espaço e/ou uma subjetividade.
Contato: aewald@terra.com.br; arianeuerj@yahoo.com.br
Lattes: http://lattes.cnpq.br/4768356480631308
Título: Sartre na janela: um olhar sobre a literatura como resignificação do mundo
Autor: Fernanda Alt F. Garcia
Resumo: O engajamento de Jean-Paul Sartre em seu tempo foi sem dúvida uma das maiores expressões do papel do intelectual no século XX. O filósofo francês quebrou as barreiras das disciplinas tradicionais e criticou as teorias clássicas em diversas áreas do pensamento, dentre estas a psicologia, fazendo-se como um tipo “bastardo” de intelectual, que se volta contra sua própria cultura. Seu grande objetivo, que sustentava todo este pensamento crítico, era procurar meios menos engessados e mecanizados para se pensar o modo de ser do homem e meios menos idealizados ou utilitaristas para se pensar o papel da literatura na sociedade. Considerado o escritor engajado por excelência, Sartre se estabeleceu como figura representante da união entre literatura e política, que já vinha sendo recosturada, após um longo período de distância, desde a época do pré-guerra na Europa. Diante de um pensador que permite tais diálogos e ultrapassamentos de fronteiras, este trabalho teve como objetivo estabelecer conexões entre o campo da psicologia social e o pensamento sartreano para refletir sobre a literatura como possibilidade de questionamento do mundo em que vivemos. O ponto de partida foi uma compreensão da proposta do engajamento literário de Sartre enquanto um fenômeno situado, que deve ser entendido como pertencente à época do apogeu existencialista no pós-guerra francês. Para isso, fez-se necessário discutir a tradição francesa do papel do intelectual, do escritor e suas relações com a política na arena pública, além de uma breve análise deste período que se caracterizava justamente por suas “guerras” político-literárias. Porém, o engajamento de Sartre pôde ser pensado para além de seu manifesto situado, isto é, procurei pensar no sentido do engajamento sartreano, que se mostrou como uma forma de entender a literatura através de uma relação autor e leitor que compartilham um mundo em comum. Neste caminho, busquei pensar esta relação como um engajamento no tempo presente, onde o cotidiano ressignificado pela narrativa literária pode ser questionado por esta mesma ferramenta que, por isso mesmo, acaba por instigar uma realidade estabelecida. A literatura de Sartre mostra-se representativa dessa atividade questionadora por colocar em cena o que entendi como seus “heróis bastardos”, invisíveis sociais que, por um distanciamento crítico da “comédia social”, tornam-se os representantes das próprias contradições da sociedade em que vivemos, e que nos apresentam pela denúncia das próprias situações em que se encontram, um “espelho crítico” que nos remete a nossa própria situação social.
Contato: fernanda.alt.fg@gmail.com
Lattes: http://lattes.cnpq.br/5473474135607828
Título: Sartre e seus heróis bastardos: a produção de sentido na literatura como engajamento no tempo presente.
Autor: Fernanda Alt F. Garcia
Resumo: O engajamento de Jean-Paul Sartre em seu tempo foi sem dúvida uma das maiores expressões do papel do intelectual no século XX. O filósofo francês quebrou as barreiras das disciplinas tradicionais e criticou as teorias clássicas em diversas áreas do pensamento, dentre estas a psicologia, fazendo-se como um tipo “bastardo” de intelectual, que se volta contra sua própria cultura. Seu grande objetivo, que sustentava todo este pensamento crítico, era procurar meios menos engessados e mecanizados para se pensar o modo de ser do homem e meios menos idealizados ou utilitaristas para se pensar o papel da literatura na sociedade. Considerado o escritor engajado por excelência, Sartre se estabeleceu como figura representante da união entre literatura e política, que já vinha sendo recosturada, após um longo período de distância, desde a época do pré-guerra na Europa. Diante de um pensador que permite tais diálogos e ultrapassamentos de fronteiras, este trabalho teve como objetivo estabelecer conexões entre o campo da psicologia social e o pensamento sartreano para refletir sobre a literatura como possibilidade de questionamento do mundo em que vivemos. O ponto de partida foi uma compreensão da proposta do engajamento literário de Sartre enquanto um fenômeno situado, que deve ser entendido como pertencente à época do apogeu existencialista no pós-guerra francês. Para isso, fez-se necessário discutir a tradição francesa do papel do intelectual, do escritor e suas relações com a política na arena pública, além de uma breve análise deste período que se caracterizava justamente por suas “guerras” político-literárias. Porém, o engajamento de Sartre pôde ser pensado para além de seu manifesto situado, isto é, procurei pensar no sentido do engajamento sartreano, que se mostrou como uma forma de entender a literatura através de uma relação autor e leitor que compartilham um mundo em comum. Neste caminho, busquei pensar esta relação como um engajamento no tempo presente, onde o cotidiano ressignificado pela narrativa literária pode ser questionado por esta mesma ferramenta que, por isso mesmo, acaba por instigar uma realidade estabelecida. A literatura de Sartre mostra-se representativa dessa atividade questionadora por colocar em cena o que entendi como seus “heróis bastardos”, invisíveis sociais que, por um distanciamento crítico da “comédia social”, tornam-se os representantes das próprias contradições da sociedade em que vivemos, e que nos apresentam pela denúncia das próprias situações em que se encontram, um “espelho crítico” que nos remete a nossa própria situação social.
Contato: fernanda.alt.fg@gmail.com
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Título: A Nostalgia do Impossível: realidade humana e falta ontológica em L'être et le néant (um estudo sobre a ontologia-fenomenológica de Jean-Paul Sartre) (Mestrado)
Autor: André Constanino Yazbek - Departamento de Filosofia, Faculdade de Comunicação e Filosofia (ComFil), Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - PUC/SP; Departamento de Administração, Faculdade de Administração e Hotelaria, Fundação Armando Álvares Penteado - FAAP.
Resumo: À luz do arcabouço teórico existencial de L'être et le néant: essai d'ontologie phénoménologique – obra magna de J.P. Sartre –, pretende-se abordar a gênese ontológica da realidade humana enquanto "nulificação" e falta ontológica, assim como as manifestações e as conseqüências oriundas da paixão humana fundamental em se metamorfosear em transcendência hipostasiada, isto é, em tornar-se Ser Em-si-Para-si: querer-se Ser consciência e, ao mesmo tempo, projetar-se Ser pleno e acabado, de densidade infinita e sem fissuras. Donde se inscreve aquilo que Sartre qualifica como "falsificação existencial", a saber, a Má-fé, uma vez que tal desejo revela-se ontologicamente irrealizável. Desse modo, o trabalho pretende reproduzir criticamente a questão da ininterrupta busca do Ser que anima a dimensão do humano no universo filosófico de Sartre. Para tanto, a partir de uma leitura centrada em L'être et le néant, mas também calibrada por diversos textos do autor – inclusive os que pertencem à sua obra literária –, há que se promover uma reconstituição do itinerário filosófico do autor, que será devidamente acompanhada de cuidadosa interpretação e confrontos diversos. Como parte desta tarefa, faz-se primeiro uma retomada das fontes filosóficas do pensamento sartreano – neste sentido, procura-se expor os matizes correspondentes em especial às filosofias de Hegel, de Husserl e de Heidegger, e que se encontram subjacentes às linhas de seu ensaio de ontologia-fenomenológica. Posteriormente, devemos nos deter sobretudo nas páginas de L'être et le néant em que o filósofo investiga as dimensões essências do Ser e do Nada, do Ser "substancial" e do Ser da consciência, bem como às passagens que se referem à Má-fé, para que, ao final, se possa articular a questão da alteridade entre o Ser Em-si e o Ser Para-si com a busca desenfreada da realidade humana pelo fundamento de seu próprio Ser – dessa feita, espera-se desvelar o ponto nevrálgico do edifício ontológico de Sartre, que não é senão a consideração da irremediável falta de Ser enquanto o signo da realidade humana, bem como a nostalgia da plenitude que lhe é inerente.
Mestrado. Desenvolvido entre 2001-2003 (concluído).
Contato: acyzk@hotmail.com
Lattes: http://lattes.cnpq.br/5671347362352390
Título: Itinerários Cruzados: os caminhos da contemporaneidade filosófica francesa nas obras de Jean-Paul Sartre e Michel Foucault (Doutorado)
Autor: André Constanino Yazbek - Departamento de Filosofia, Faculdade de Comunicação e Filosofia (ComFil), Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - PUC/SP; Departamento de Administração, Faculdade de Administração e Hotelaria, Fundação Armando Álvares Penteado - FAAP.
Resumo: No panorama francês das décadas de 1960 e 1970, Foucault é um das figuras mais representativas da crítica à "modernidade filosófica". Desde sua tese complementar sobre a Antropologia de Kant (1961), apoiando-se sobretudo na recuperação da démarche nietzschiana, o autor há de considerar urgente a tarefa de colocar um "ponto final" na proliferação da interrogação "sobre o homem". Jean-Paul Sartre, por seu turno, parece representar à época a antítese do projeto foucaultiano: sua Crítica da razão dialética "inaugura" a década de 1960 com um esforço de recuperação da dialeticidade do próprio "sujeito", tomando-o como elemento irredutível para a inteligibilidade da história. Assim, reconhecendo a dialética como a "lógica viva da ação", Sartre pretende que o homem e seu agir sejam "redescobertos" no próprio cerne do marxismo – e a ontologia sartriana, cuja base remonta a O ser e o nada (1943), se vê remetida à necessidade de fundamentação de uma antropologia no âmbito da "historialização prática" do indivíduo.
Partindo do antagonismo representado pelos projetos concorrentes de Jean-Paul Sartre e Michel Foucault no horizonte dos "sixties", este trabalho pretende revisitar a trajetória dos dois autores a fim de delinear as opções e os dilemas (teóricos e políticos) de duas gerações distintas da filosofia contemporânea francesa. Ao decido "humanismo sartriano" – com sua indelével centralidade do sujeito – corresponderá uma atitude de não menos decidido "anti-humanismo" por parte de Foucault. Nesta medida, o existencialismo de Sartre, traduzido por Foucault em termos de uma "metafísica da subjetividade", encontrará seu desafio mais incisivo no tema foucaultiano da "morte do homem" – lugar de convergência de uma geração que se poderia chamar (não sem equívocos) de "pós-existencialista".
Palavras-chave: antropologia filosófica, metafísica da subjetividade, existencialismo, arqueologia, genealogia.
Doutorado. Desenvolvido entre 2004/2008 (concluído).
Contato: acyzk@hotmail.com
Lattes: http://lattes.cnpq.br/5671347362352390
Título: Novas Perspectivas para a Psicologia Clínica - um estudo a partir da obra Saint Genet: comédien et martyr de Jean-Paul Sartre
Autor: Profª Drª Daniela Ribeiro Schneider - Psicóloga, professora do Departamento de Psicologia da Universidade Federal de Santa Catarina(UFSC).
Resumo: O projeto fundamental do trabalho intelectual de Sartre foi reformular a psicologia, realizando esse propósito no conjunto de suas obras psicológicas, filosóficas, literárias e em seus empreendimentos biográficos. Criador de uma nova teoria psicológica, bem como de uma metodologia específica de investigação da realidade humana, explicitados em sua "psicanálise existencial", Sartre fornece as bases para uma psicoterapia existencialista. O objetivo dessa psicanálise é decifrar o nexo existente entre os diversos comportamentos, emoções, estados, ações, pensamentos do sujeito concreto, quer dizer, decifrar o seu "projeto de ser". Utilizando o recurso de escrever biografias de escritores conhecidos, Sartre demonstrou ser possível atingir o conhecimento objetivo do ser do sujeito estudado, primeiro passo necessário para uma intervenção científica. De posse dessa metodologia o psicólogo clínico adquire condições de viabilizar mudanças na vida, na dinâmica psicológica de seu paciente, a fim de que se torne sujeito de seu ser. A tarefa da psicoterapia sartriana é, pois, colocar o projeto de ser da pessoa em suas próprias mãos, na medida em que isso o viabilizará como sujeito de sua vida e de sua história.
Tese de doutorado defendida em 2002 – na PUC/SP.
Contato: danischneiderpsi@uol.com.br ou danis@cfh.ufsc.br
Site: www.psiclin.ufsc.br - com artigos sobre existencialismo.
Título: Pour une morale de la liberté chez Sartre - Critique des concepts de valeur, impératif et droit.
Autor: Fabio Caprio Leite de Castro
Resumo: O projeto de tese consiste inicialmente na análise dos três métodos criados ou desenvolvidos por Sartre, a fenomenologia, a ontologia fenomenológica (psicanálise existencial) e o método progressivo-regressivo. A partir dos conceitos extraídos de cada método e com o suporte dos textos póstumos sobre a moral publicados recentemente, o objetivo da tese é de realizar uma exposição de uma filosofia moral em Sartre com base na crítica dos conceitos de valor, imperativo e direito.
Doutorado na Universidade de Liège (Bélgica), desde agosto de 2006. Bolsista da Capes
Contato: facaprio@hotmail.com
Lattes: http://lattes.cnpq.br/6516490021035286
Título: O estatuto da reflexão em Sartre
Autor: Luiz Henrique Alves de Souza
Resumo: A reflexão é o método fundamental da Fenomenologia. Em Sartre não é diferente: sua filosofia é possível através do método reflexivo. Mas a reflexão não é um procedimento infalível: seu alcance e seus direitos devem ser investigados. São necessárias "uma fenomenologia e uma ontologia da reflexão" para determinar como é possível "uma fenomenologia e uma ontologia através da reflexão". Com isso, também se determina sua relação com os métodos auxiliares e o caráter moral da reflexão.
Doutorado em Filosofia pela Universidade Federal de São Carlos, em andamento; início em 2004.
Contato: luizhads@yahoo.com.br
Lattes: http://lattes.cnpq.br/5498018278858724
Título: Da estética à ética: uma análise compreensiva das obras literárias de Sartre e Malraux.
Autor: Thana Mara de Souza
Resumo: Por meio de uma análise de algumas obras literárias de Sartre e Malraux, pretendemos mostrar como não só é possível, mas necessário relacionar a estética com a ética. Embora sem serem idênticas, uma chama pela outra - e no percurso literário dos dois autores pensamos que podemos compreender melhor o modo como tratam de uma possível mas nunca escrita ética.
Doutorado em andamento na Faculdade de Filosofia da Universidade de São Paulo. Bolsista da FAPESP. Previsão de término: fevereiro de 2009.
Contato: souza_thana@yahoo.com.br
Lattes: http://lattes.cnpq.br/1586702620708183
Título: Da teoria à narrativa: caminhos de uma moral em Sartre
Autor: Thana Mara de Souza - Projeto de Pós-doutorado, iniciado em março de 2009, vinculado à USP e com bolsa da Fapesp.
Resumo: Embora fosse ciente da impossibilidade de teorizar uma moral, Sartre ainda tenta escrevê-la: em O ser e o nada anuncia a possibilidade da autenticidade e promete escrever sua moral logo a seguir; e os Cadernos para uma moral mostram essa tentativa de teorizar a autenticidade. Se nos próprios Cadernos Sartre anuncia a impossibilidade de se escrever sobre uma moral conforme a tradição fizera, esse ainda é o modo que o filósofo francês emprega. Por isso há frustração: Sartre não terminou seu livro, não porque a moral deixa de interessá-lo, mas porque seu modo de teorizá-la não está de acordo com sua própria teoria: a de que uma moral é absurda e necessária. Tentaremos mostrar, por meio de Cadernos para uma moral, que o fracasso de Sartre em teorizar positivamente uma moral é revelador do próprio conteúdo: o de que é impossível pensar em uma total, positiva e abstrata unidade, mesmo porque há no Para-si uma negatividade originária que não poderia positivar-se completamente. É necessário pensar outros modos de escrever uma moral, o que é feito por Sartre em O idiota da família por meio do novo método que postula em Questão de método. Assim, trataremos de duas obras inacabadas de Sartre para analisar as modificações entre o modo de teorizar uma moral em Cadernos para uma moral e a tentativa de se compreender total e concretamente um indivíduo em O idiota da família, mostrando como se dá essa passagem da necessidade e impossibilidade de uma moral à tentativa de uma narrativa de compreensão do indivíduo por meio da noção de universal singular. Por meio do conceito de universal singular, Sartre pretende compreender, em O idiota da família, o romance Madame Bovary e seu autor, e para isso teria que compreender a relação de Flaubert com sua família, com a história que viveu e sofreu, com a própria arte. A concepção de que o homem só pode ser compreendido enquanto universal singular mostra que Sartre começa a modificar seu método de compreender a moral e os homens. Sem abandonar as noções de totalidade, abstração e universalidade, Sartre as narra de outra forma, de forma adequada às suas concepções: como destotalidade, concretude, singularidade. Mais que a própria fragmentação da teoria, talvez seja o abandono da teoria em prol da narrativa que melhor nos faça compreender o homem em meio a seus dilemas. Se a moral deve ser inventada, criada do mesmo modo que uma obra de arte, talvez seja a forma narrativa, fictícia, que melhor mostre, não A Moral, mas uma moral, um modo de compreender o indivíduo no mundo. E se o conceito de universal singular já tinha sido tematizado pelo filósofo, parece-nos que a forma utilizada para descrevê-lo ainda era a forma tradicional – a teoria positiva e abstrata, e por isso ele fracassou ao escrever seus Cadernos para uma moral. Mas em O Idiota da Família podemos perceber a tentativa de se afastar da filosofia francesa tradicional não apenas em relação ao conteúdo mas também em relação à forma. Talvez Sartre tente, nesse último livro, encontrar uma forma mais apropriada para se poder pensar a moral não só nesse mundo contemporâneo de guerras e fragmentação, mas até mesmo no mundo de ilusória paz e completude. É a relação entre os Cadernos para uma moral e O idiota da família que tentaremos compreender no pós-doutorado, tentando ver no fracasso de Sartre ao escrever os Cadernos para uma moral a problematização mesma de como escrever uma moral em um mundo fragmentado e dilacerado, sem deuses ou valores absolutos – mundo esse que não é apenas o mundo moderno e pós-moderno de Benjamin e Lyotard, mas o de sempre; e em O idiota da família uma tentativa elaborada pelo filósofo de criar um novo método que dê conta de nossa concretude e incertezas, que nos permita pensar o homem no mundo de forma ao mesmo tempo universal e singular.
Contato: souza_thana@yahoo.com.br
Lattes: http://lattes.cnpq.br/1586702620708183
Título: A fenomenologia do objeto estético segundo Jean-Paul Sartre.
Autor: Rúbia Lúcia Oliveira
Resumo: Esta dissertação pretende mostrar que a obra de arte e, principalmente, a literatura, têm uma função e importância única na medida em que revela o próprio homem em situação isto é, por meio da arte, o homem almeja ser a síntese impossível do Em-si-Para-si. A literatura possui ainda a especificidade de permitir a compreensão da realidade humana a partir do movimento de nadificação necessário para haver a imaginação. Ela é, portanto, imaginação e significação, ou seja, é tão ambígua quanto o homem.
Dissertação de mestrado iniciada em março de 2006 e concluída em agosto de 2008 na Universidade Federal de Ouro Preto,UFOP.
Contato: rubia.oliveira@hotmail.com e rloliveira06@yahoo.com.br
Lattes:
http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.jsp?id=K4774279H0
Título: “Nada no bolso ou nas mãos”. Influências do existencialismo sartreano na contracultura brasileira - 1960-1970.(Mestrado)
Autor: Walmir dos Santos Monteiro
Mestrado em História da Universidade Severino Sombra – USS. Vassouras, RJ
Resumo: O presente trabalho investiga influências do existencialismo sartreano na contracultura nacional, tomando como base produções contraculturais do teatro, do cinema, da música e das artes plásticas realizadas por treze artistas brasileiros no período 1960-1970. São identificados como eventos contraculturais ocorridos no período: As transformações ocorridas no trabalho de parte dos artistas da Bossa Nova que evoluiu para um estilo de canção de protesto, também conhecido como canção engajada; os festivais de música popular brasileira ocorridos na década de sessenta no Rio de Janeiro e em São Paulo e ainda a criação da Tropicália, com suas repercussões nas mais variadas modalidades artísticas, e também incluindo a visita de Jean-Paul Sartre e Simone de Beauvoir ao Brasil no ano de 1960 que permitiu desdobramentos favoráveis ao fortalecimento da arte engajada.